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Santuário Diocesano do Senhor Bom Jesus da Pedra Fria

Cidade: Jaguariaíva / PR

Palavras iniciais

Ano da fundação: 1823

O Santuário de Jaguariaíva tem como Padroeiro o Senhor Bom Jesus da Pedra Fria, expressão de profunda devoção de origem portuguesa. Representa teologicamente Jesus no momento em que, entregue a Caifás, sofre os primeiros ultrajes de Sua Paixão. A imagem convida à contemplação do Cristo sofredor, paciente e silencioso, expressão do amor redentor que se oferece por todos. É nesta fé que o povo jaguariaivense construiu sua identidade espiritual.

Origens de fé e coragem: Um pouco de sua história

No alvorecer do século XVII, quando o Brasil ainda era um mundo em construção, desbravadores paulistas e tropeiros de gado rasgavam o interior do território paranaense por rotas que desafiavam a geografia e o tempo. Um desses caminhos, o lendário Caminho das Tropas, ligava Viamão, no extremo sul do país, a Sorocaba, em São Paulo, servindo como artéria vital para a circulação de riquezas, notícias e sonhos.

Foi por esse caminho, sulcado por cascos e esperanças, que surgiram os primeiros sinais de ocupação na região onde hoje se ergue Jaguariaíva. Em meio à vastidão dos Campos Gerais, tomava forma a Fazenda Jaguariaíva, então pertencente à Vila de Castro. O destino da localidade se transformaria radicalmente quando, em 1795, o Coronel Luciano Carneiro Lobo, homem de visão ampla e alma obstinada, adquiriu a propriedade.

Mais que fazendeiro, Luciano foi um arquiteto do futuro. Sob sua liderança, a fazenda prosperou e se converteu num centro dinâmico de produção agropecuária, ponto de convergência social e eixo de articulação econômica com vilas como Sorocaba e Castro. Suas terras passaram a abrigar famílias inteiras, trabalhadores e viajantes — sementes da futura cidade.

O prestígio de Luciano não parou por aí. Em 8 de dezembro de 1810, uniu-se em matrimônio com Izabel Branco e Silva, filha do influente corregedor da comarca de Paranaguá, Dr. Manoel Lopes Branco e Silva, e de Bibiana Perpétua Branco e Silva. A união selava mais que um laço familiar: aproximava Luciano das mais altas esferas jurídicas e sociais da então Província de São Paulo.

Reconhecido até pela Corte, em 1818, Luciano Carneiro Lobo foi convidado a participar, no Rio de Janeiro, dos festejos pelo casamento de Dom Pedro I com Dona Maria Leopoldina da Áustria — um gesto que atestava seu prestígio social e sua projeção além das fronteiras locais. Não à toa, em 15 de setembro de 1823, recebeu do próprio imperador Dom Pedro I o Alvará Imperial que criava oficialmente a Freguesia de Jaguariaíva, marco político do que viria a ser a emancipação do município.

A fé, companheira inseparável dessa trajetória, também encontrou morada nas terras da fazenda. Luciano e Izabel empenharam-se na fundação de uma capela sob a invocação do Senhor Bom Jesus da Pedra Fria. A autorização eclesiástica chegou em 28 de maio de 1830, por intermédio do bispo de São Paulo, Dom Manoel Joaquim Gonçalves de Andrade. Contudo, a fragilidade de sua saúde impediu que Luciano visse o templo erguido. Faleceu em 12 de maio de 1842, deixando à esposa a missão
de concluir o que juntos haviam sonhado.

E foi com mãos firmes e espírito resiliente que Izabel Branco e Silva assumiu o legado. Em 1863, comandou a construção de um singelo templo de barro, sem torre, com modestas dimensões — 30 por 60 palmos — e um sino do lado de fora. Três anos depois, em um gesto que unia fé e generosidade, doou toda a área da Fazenda Jaguariaíva para ser patrimônio da Igreja. Faleceu em 17 de agosto de 1870, sepultada no subsolo do templo que ajudou a erguer — encerrando um ciclo marcado por devoção, pioneirismo e amor à terra.

Décadas depois, em 1915, o templo foi finalmente bento, e a partir de 1920, passou a contar com a presença dos Frades Menores Capuchinhos, tornando-se a primeira sede da missão no Paraná. Permaneceram à frente da paróquia até 1964, quando a administração foi confiada aos Padres da Sociedade de Cristo (Societas Christi), cuja atuação perdurou até 1971. Naquele ano, a condução pastoral passou aos cuidados dos Padres Marianos da Imaculada Conceição, que atuaram com dedicação até o ano de 1985. Por fim, em 2 de fevereiro de 1986, teve início uma nova fase, marcada pela chegada dos padres diocesanos da Diocese de Jacarezinho, com a nomeação do padre Genézio Bertinatti como pároco— dando continuidade à missão evangelizadora com novos passos e horizontes.

O santuário, símbolo da fé jaguariaivense, seguiu sua jornada. Em 8 de janeiro de 2012, assumiu como pároco o padre Cezar Augusto Garcia, que passou a contar, a partir de agosto do mesmo ano, com o auxílio do vigário padre Arnaldo Inocêncio Pires. Durante sua gestão, lançou-se a pedra fundamental da nova casa paroquial e a antiga residência foi reformada para abrigar o escritório do santuário.

A partir de 31 de janeiro de 2016, o padre Maycon José da Silva passou a conduzir o rebanho, com o apoio do vigário padre Antônio de Pádua Silva Alencar. Sob sua liderança, iniciou-se um processo de revitalização: o templo foi revestido com pedras “São Tomé”, ganhou quatro novos sinos e um novo sistema para o relógio da torre. O auge de sua gestão viria em 6 de agosto de 2016, quando, por decreto de Dom Antônio Braz Benevente, o templo foi elevado oficialmente à condição de Santuário Diocesano. Nesse mesmo dia, consagraram-se o novo altar e o ambão, e foi lançado o brasão do santuário — símbolo de uma fé que atravessa gerações.

No dia 4 de fevereiro de 2024, o padre Claudinei Antonio Clanto Silva assumiu como novo pároco e reitor. Sob sua liderança, segue-se escrevendo mais um capítulo da longa e vibrante história espiritual da cidade. 

Descrição do Brasão

Brasão elaborado pelo Heraldista Raul Breno Marquardt e instituído em 14 de agosto de 2016.

Descrição Heráldica

Escudo esquartelado. O primeiro de goles (vermelho) com uma pomba do Divino Espírito Santo de prata, aureolada e radiante de ouro; o segundo de goles com o clássico monograma de Maria, formado pelas letras “A” e “M” de prata e sobrepostas; o terceiro de prata com um tropeiro montado em uma mula, tudo ao natural, firmada sobre um contra chefe de sinopla (verde); o quarto de prata com uma araucária ao natural, plantado em um contra chefe de verde; e brocante sobre os traços do esquartelado e firmada nos bordos do escudo, uma cruz trebolada de ouro, carregada de cinco rubis redondos, um em cada ponta da cruz e um no seu centro. O escudo está assentado sobre a cruz processional de ouro, de apenas uma haste horizontal. Sob o escudo um listel de prata, forrado de vermelho com os dizeres “SANTUÁRIO DIOCESANO DO SENHOR BOM JESUS DA PEDRA FRIA” escrito em letras maiúsculas de sable (preto).

Justificação Heráldica

O primeiro quartel, com a pomba, representa à devoção ao Divino Espírito Santo, Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, devoção esta atrelada ao Santuário desde os seus primórdios. O segundo quartel, com o monograma “AM”, representa a jurisdição sobre o Santuário da Diocese de Jacarezinho dedicada ao orago de Nossa Senhora da Conceição. O terceiro quartel, com o tropeiro sobre a mula,  representa o Tropeirismo, processo desencadeador da fundação do município de Jaguariaíva, recordando assim as lides do campo, notadamente a pecuária, fator de magna importância para o estabelecimento desta localidade. O quarto quartel, com a Araucaria angustifolia, o popular Pinheiro-do-Paraná, espécie arbórea dominante da floresta ombrófila mista, presente na região do município de Jaguariaíva evocando por sua majestade a figura dos pioneiros. A cruz sobre tudo representa o Senhor Bom Jesus da Pedra Fria, orago do Santuário e principio crucial da fundação do município de Jaguariaíva. A cruz processual qualifica o brasão como sendo paroquial.

Oração Senhor Bom Jesus da Pedra Fria

“Óh! Senhor Bom Jesus aqui me tendes aos Vossos Pés para implora-Vos um olhar de Misericórdia que inflame o meu pobre coração./Abri Vossos lábios que jorram vida eterna/ e que eu escute aquela voz poderosa que operou tantos milagres na terra/ abriu os olhos aos cegos/ curou os doentes/deu vida aos mortos/ acalmou as tempestades/ consolou os aflitos e converteu os pecadores/ Ó Senhor Bom Jesus/ fonte inesgotável de perdão e caridade/ concedei-me todas as graças de que necessita a minha alma/ para viver sempre na Vossa amizade/ e no Vosso amor. Assim seja. Amém”.

Agenda permanente

Quarta-Feira- Santa Missa e Novena Nossa Senhora do Perpétuo Socorro-19h
Sábado às 19h Santa Missa
Domingos-Santa Missa  às 08h 10h e às 19h
Novena Perpétua Senhor Bom Jesus- Todo dia 06 do Mês-19h
Novena Santa Rita de Cássia- Todo dia 22 do mês-19h
Missa da Aliança Mãe Rainha Três Vezes Admirável- Todo dia 19 do mês-19h

Contato

Pároco Reitor: Claudinei Antônio da Silva

Horário de Atendimento – Escritório Paroquial:
Segunda a sexta
feira: 8h às 11h e das 13h às 17h
Sábados: 8h às 11h30

Praça Isabel Branco
Rua Joaquim Carneiro, 447 Cidade Alta
Caixa Postal, 18
CEP: 84.200-000
Jaguariaíva / PR
Fone: (43) 3535-2180

E-mail: p_bomjesusdapedrafria@hotmail.com
Blog: https://bomjesusjagua.blogspot.com.br/
Facebook:  https://www.facebook.com/santuario.pedrafria

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