Era um domingo de Carnaval, tempo de chuva, uma noite propícia para ficar em casa, mas quase 200 pessoas – entre elas um jovem cadeirante – desafiaram a lógica para participar de um evento religioso: a primeira procissão em homenagem à Nossa Senhora de Lourdes no Santuário São Miguel Arcanjo, em Bandeirantes, Norte do Paraná. A determinação dos fiéis foi algo marcante neste dia 11 de fevereiro, após exatos 160 anos da primeira aparição de Nossa Senhora a uma camponesa em Lourdes, na França. Choveu praticamente a tarde toda no Norte do Paraná naquele domingo e o tempo só deu uma trégua pouco antes do início da procissão luminosa, que começou às 20 horas no interior do Santuário São Miguel Arcanjo. Tinha gente pensando que a procissão não iria acontecer. Havia uma pequena imagem de Nossa Senhora de Lourdes em uma capelinha que estava no altar. Esta imagem seria conduzida por várias pessoas durante o percurso de quase um quilômetro até a Gruta Nossa Senhora de Lourdes e São Miguel Arcanjo com os Nove Coros de Anjos, que fica do outro lado do trecho urbano da BR 369.
A primeira a conduzir a imagem foi a professora aposentada Alba Regina Paviani, de Andirá. Ela diz que procurou atender de imediato a solicitação do reitor do santuário, o padre Roberto Medeiros, e ficou muito emocionada. “Naquele momento em que segurei a capelinha, é como se o mundo inteiro estivesse segurando”, afirmou. A dona Alba disse ainda que fez oração pela paz no mundo, pelo papa e pelos sacerdotes. Entre os participantes da procissão, estava o jovem Daniel Igo Pellissari, de 20 anos, funcionário público em Bandeirantes. Até aqui nada demais, não fosse o fato dele ser cadeirante e manter a expressão de alegria o tempo todo. Já no pátio da gruta, ele também ajudou a conduzir a capelinha. Daniel sofreu um grave acidente de moto há quatro anos e ainda está em recuperação. Ele diz que espera a intercessão da Virgem Maria para que possa voltar a andar normalmente. “O padre disse que era para a gente fazer um pedido e eu fiz. Eu tenho fé, mas a gente tem que esperar o tempo de Deus”, afirmou.
Os fiéis rezaram o terço e cantaram músicas dedicadas à Nossa Senhora durante o percurso. Já no interior da gruta, próximo ao altar, o padre Roberto disse que a criação daquele espaço foi inspiração divina e que muitas pessoas estão sendo curadas graças à água que nasce no interior da gruta. A homenagem terminou com o sacerdote pedindo um “viva” à Nossa Senhora de Lourdes.
Retiro
Antes da procissão, o advogado Luciano Silveira pregou um retiro no Santuário sobre “Maria, a mulher da Palavra, da Cruz e do Silêncio”.
Fonte/www.nossagruta.com.br
